Por: Marcelo Carvalho Ribeiro
Junho/2011
O mercado brasileiro, nos últimos anos vive um estado de euforia: mercado de consumo super aquecido, mercado de trabalho próximo ao pleno emprego e altos índices de atividade econômica. O Brasil está atualmente na condição de Insvestment Grade, caracterizando-se como mercado recomendado para os investidores internacionais.
Um importante fator neste cenário é o comportamento das famílias que, cercadas de opções, mostram-se vidas por consumir e realizar os seus sonhos. Entretanto, a falta de educação financeira tem colocado essas famílias em patamares elevados de endividamento, causando descontrole no orçamento doméstico e afetando a harmonia familiar. Um dos possíveis efeitos desta situação é o desequilíbrio emocional das pessoas envolvidas, o que pode comprometer nossa estabilidade pessoal, como também profissional. Em casos extremos, levam ao desespero e promovem iniciativas impulsivas de dificil reparação. É oportuno esclarecer que o endividamento das famílias independe da classe social, sempre mantendo o padrão de gastar mais do que se ganha.
O mecanismo gerador deste problema coloca: de um lado uma sociedade carente de consumo e do outro as empresas poderosas com estratégias sofisticadas e eficientes para induzir a comprar. A grande dificuldade do consumidor é resistir aos atrativos do parcelamento fácil e estimar o real valor de um endividamento mensal que caiba no seu bolso, adotando o procedimento saudável de poupar para depois gastar.
Na tentativa de transformar este quadro as autoridades monetárias tomaram algumas medidas para conter o consumo. Primeiro, elevaram a taxa de juros, depois triplicaram a alíquota do IOF para desestimular as compras internacionais através dos cartões de crédito. Por último, aumentaram o valor do pagamento mínimo das faturas dos cartões de crédito. Estas são medidas que de fato afetam o consumo mas não levam em conta a importância de limitar o prazo para o pagamento, o que possibilita ao consumidor ter mais controle sobre seu endividamento.
O que fazer então em caso de descontrole financeiro?
Se o consumidor se encontra na situação descrita, sugerem-se duas providências: (1) rever seu orçamento a partir da sua renda líquida e estipular um limite máximo de compromissos com parcelas de 20% a 30% da renda líquida pode ser um bom começo; (2) procurar os seus credores e renegociar os seus débitos de tal forma que a soma de todas as parcelas não ultrapasse o limite estipulado.
Para evitar dificuldades na hora da renegociação da dívida, é aconselhável tomar esta iniciativa antes que os atrasos nos pagamentos se configurem como um estado de inadimplência, o que pode influenciar favoravelmente na confiança e flexibilidade oferecidas pelos credores.
Muito bom, parabéns pelo comentário.
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